Olá! Meu nome é Leonardo Fernandes, sou estudante do 4º período do curso de Terapia Ocupacional e atuo como secretário no setor de saúde da AFECE, e hoje quero compartilhar com vocês algo que tenho aprendido na prática e que considero essencial: a importância da Terapia Ocupacional nas escolas de educação especial.

Muita gente ainda não conhece o papel da Terapia Ocupacional (TO) nesse contexto, mas posso afirmar que é uma atuação fundamental para promover inclusão, autonomia e qualidade de vida para crianças e adolescentes com deficiência ou com necessidades educacionais especiais.

A Terapia Ocupacional atua de forma interdisciplinar, junto a professores, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais da educação especial e saúde. Nosso foco é possibilitar que cada aluno desenvolva suas habilidades da melhor forma possível – sejam elas motoras, cognitivas, sensoriais ou sociais.

Na escola, o terapeuta ocupacional pode adaptar materiais pedagógicos, propor atividades que desenvolvam a coordenação motora fina (como recortar, escrever ou desenhar), facilitar o uso de recursos de acessibilidade, além de trabalhar com a criança para ampliar sua participação nas atividades escolares e na interação com os colegas.

Um exemplo inspirador dessa atuação é o trabalho realizado pela AFECE – Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial, uma organização da sociedade civil (OSC) que atende pessoas com deficiência intelectual e múltipla, em Curitiba (PR). Tive a oportunidade de conhecer o trabalho da AFECE e vi como a Terapia Ocupacional é valorizada e faz parte do dia a dia dos alunos.

Na AFECE, os terapeutas ocupacionais trabalham diretamente com as equipes pedagógicas para criar estratégias que respeitam o tempo, o ritmo e as possibilidades de cada aluno. Isso vai desde ajudar uma criança a segurar o lápis com mais firmeza até desenvolver atividades lúdicas que promovam a socialização e o desenvolvimento da autonomia. É um trabalho que exige sensibilidade, técnica e, acima de tudo, compromisso com a inclusão.

A presença do terapeuta ocupacional nas escolas de educação especial ajuda a transformar o ambiente escolar em um espaço mais acessível, acolhedor e justo para todos. É por meio desse trabalho que muitas barreiras são superadas, tanto físicas quanto sociais, permitindo que os alunos tenham uma experiência escolar mais significativa.

Se você ainda não conhecia essa área de atuação da Terapia Ocupacional, fica aqui o convite para saber mais. E se você, assim como eu, acredita numa educação inclusiva de verdade, valorize e apoie a presença do terapeuta ocupacional nas escolas.

Apesar da importância da Terapia Ocupacional nas escolas de educação especial, infelizmente ainda é comum encontrarmos uma grande escassez desses profissionais nas redes de ensino, tanto públicas quanto privadas. Muitos municípios ainda não contam com terapeutas ocupacionais em suas equipes educacionais, e quando contam, é em número muito reduzido, o que dificulta o atendimento individualizado e contínuo dos alunos que mais precisam.

Essa ausência impacta diretamente o processo de inclusão, pois sem o suporte adequado, muitos estudantes com deficiência enfrentam barreiras que poderiam ser minimizadas ou superadas com o apoio de um terapeuta ocupacional. Além disso, os próprios professores e familiares ficam sobrecarregados, sem o suporte técnico necessário para adaptar práticas pedagógicas e promover a real participação de todos.

Como futuro terapeuta ocupacional, vejo essa lacuna como um grande desafio, mas também como uma oportunidade de ampliar a atuação da nossa profissão e mostrar, com evidências e experiências práticas, como a Terapia Ocupacional pode contribuir para uma educação mais inclusiva, funcional e humana. É urgente que políticas públicas priorizem a inserção de terapeutas ocupacionais nas escolas, especialmente na educação especial. Garantir esse direito é promover equidade, respeitar as diferenças e investir no potencial de cada aluno.

“Porque todo cidadão tem o direito de aprender, participar e ser feliz.”

Autor do texto: Leonardo Fernnandes da Cruz  –  Academico de Terapia ocupacional.